Uma dúvida muito frequente é se viajar grávida é permitido. Para saber essa resposta, assim como algumas recomendações para essa situação, leia este artigo.
A gravidez é um período muito esperado por algumas mulheres. Porém, mesmo em mamães de segunda viagem, é normal que existam dúvidas sobre esse período. O que comer, como fazer exercícios físicos, qual a melhor posição para dormir e, até mesmo, se há restrições para viajar grávida.
Sobre esse último exemplo, há ainda questionamentos referentes aos meios de transporte. E, claro, para cada caso há recomendações diferentes. Mas, neste artigo, escolhemos compartilhar informações pontuais para mulheres grávidas que precisam viajar de avião. Continue a leitura e saiba mais!
Grávidas podem viajar de avião?
A resposta para essa pergunta, conforme nossa ginecologista obstetra, Dra. Fernanda Loureiro, é: “Depende! Se não tiver nenhuma contraindicação durante o pré-natal, ela será permitida. Mas, cada companhia aérea tem uma regra para esse caso”.
Então, de um modo geral, a grávida pode viajar de avião, sim! Porém, é aconselhado que essa ação seja realizada a partir do 3º mês de gestação ― neste artigo, você pode conferir como calcular a idade gestacional. Essa é uma recomendação válida para várias atividades, pois, antes desse período, as chances de aborto e má formação do bebê são maiores. Além disso, no primeiro trimestre, a mulher sente mais enjoos e azia, o que, em qualquer fase da vida, torna a viagem mais desconfortável.
É importante ressaltar que antes de viajar, a gestante deve passar por uma avaliação médica com o obstetra. Somente ele poderá fazer uma análise e dizer se a mulher está apta ao voo, sem correr algum risco. De modo geral, o médico pode sugerir o adiamento ou cancelamento da viagem, se a paciente apresentar os sintomas abaixo:
- dores e sangramento vaginal;
- pressão alta na gestação;
- insuficiência da placenta;
- diabetes e/ou anemia.
A grávida pode viajar de avião, sem precisar de documentos extras e desde que esteja bem de saúde, até a 28ª semana, se estiver esperando apenas um bebê. Em caso de gravidez de gêmeos, o tempo é reduzido para 26 semanas. A partir desse período ― até, aproximadamente, a 36ª semana de gravidez ― é permitido viajar desde que tenha alguns documentos em mãos.
Quais documentos a grávida precisa para viajar de avião?
Algumas empresas aéreas oferecem um acompanhamento especial para as gestantes. Claro que, de acordo com a legislação brasileira, essas mulheres já devem ter prioridade no atendimento. A partir da 35ª semana de gestação, geralmente, para viajar grávida, é necessário ter:
- atestado médico: emitido até 10 dias antes da viagem e deve constar a origem e destino, informação da semana de gestação, autorização do médico especialista em ginecologia obstetrícia;
- declaração de responsabilidade: assinada pela grávida e pelo médico responsável pelo acompanhamento gestacional.
Além disso, algumas empresas só permitem o voo de gestante a partir das 38 semanas de gestação se a viagem for de extrema urgência. Também, alguns países têm regras diferentes para transporte de mulheres grávidas. Como é o caso do Peru, que possui algumas restrições para gestantes nas últimas semanas de gravidez. Ainda, algumas instituições indicam que a pessoa não marque o voo nem nos sete dias antes do parto, nem nos sete depois.
Quando a empresa não permite que a grávida faça a viagem
Como mencionamos, a mulher grávida pode viajar tranquilamente, desde que esteja bem de saúde, sem a necessidade de apresentar qualquer atestado, até, aproximadamente, às 28 semanas. Nessa situação, se uma empresa aérea se recusar a aceitar a gestante, poderá sofrer danos na justiça.
Um caso assim aconteceu em 2020, no Distrito Federal, quando uma grávida de 28 semanas, foi retirada do voo por não ter o atestado médico. A mulher, que entrou com uma ação contra a instituição, ganhou a ação, sendo indenizada, inclusive, por danos morais. Você pode conferir esse episódio neste link.
E se a mulher entrar em trabalho de parto durante o voo?
Mesmo tendo os cuidados como a visita médica antes da viagem, pode ser que a gestante entre em trabalho de parto durante o voo. Afinal, existem diversos fatores que podem ocasionar um nascimento prematuro.
Dessa maneira, caso a mulher comece a ter contrações durante o voo, primeiramente, é necessário manter a calma e informar à tripulação sobre isso. Geralmente, o trabalho de parto leva aproximadamente 14 horas na primeira gestação. Porém, se a viagem for muito longa, o piloto poderá desviar a rota e aterrizar no aeroporto mais próximo.
Quais recomendações para a grávida viajar com tranquilidade?
Se você está grávida e pretende viajar de avião ― ou conhece alguma mulher nessa situação ― atente-se às nossas dicas. Primeiramente, como mencionamos e já é recomendação de algumas empresas aéreas, evite voar próximo da data do parto. Além de ser mais fácil ter contrações e desconfortos, a gestante pode ficar mais nervosa nessa situação. Confira outras sugestões, na sequência:
- escolha um assento no corredor. Isso porque, durante a gestação, é normal sentir mais vontade de ir ao banheiro. Assim, fica mais fácil levantar, não é mesmo?!
- para melhorar a circulação, você pode caminhar pelo avião a cada sessenta minutos. Se preciso, peça ajuda a um comissário de bordo;
- utilize vestimentas e calçados leves e confortáveis, principalmente em longas viagens;
- evite consumir café, refrigerante e chá, prefira a água. Também, opte por alimentos de fácil digestão;
- mantenha o cinto de segurança abaixo da barriga, mas sempre bem firme;
- pratique a respiração, concentrando-se no movimento abdominal;
- tenha livros e revistas em mãos.
A Dra. Fernanda, alerta, também, para que a gestante não se esqueça de “utilizar meias elásticas, manter-se hidratada e evitar prender a urina.”
Essas são algumas das recomendações mais importantes para que a grávida possa viajar. Lembramos que o importante é sempre consultar o ginecologista que a acompanha durante o seu pré-natal. Ele poderá dar informações mais precisas sobre a sua gestação, afinal, toda gravidez é diferente uma da outra. Caso ainda não tenha um profissional de sua confiança, agende uma consulta com a Dra. Fernanda, aqui na CM Martins.
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