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Conversa com o doutor: azia na gravidez

Conversa com o doutor: azia na gravidez

Conversamos com a Dra. Fernanda Helena Siso, ginecologista e obstetra da CM Martins, para esclarecer as dúvidas mais comuns sobre azia na gravidez. Confira!

 

A azia na gravidez é um sintoma muito comum e, ao mesmo tempo, bastante incômodo. Diversas dúvidas e mitos giram em torno desse tema. Será que a queimação representa algum tipo de risco para a saúde da mamãe e do bebê? O que fazer para reduzir os seus efeitos? Questões como essas podem ser frequentes, principalmente na primeira gestação. 

Para entender melhor sobre esse assunto, conversamos com a Dra. Fernanda Helena Siso Loureiro, médica formada pela Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), especialista em ginecologia e obstetrícia na CM Martins, há seis anos.

Acompanhe a entrevista para esclarecer as suas dúvidas sobre azia na gravidez!

 

Os porquês da queimação do estômago

P: Por que é tão comum ter azia na gravidez?

CM: Há dois principais motivos para o aparecimento desse sintoma: a ação hormonal e o crescimento da barriga. O primeiro é responsável pelo aumento na produção de progesterona. Esse hormônio relaxa a musculatura do útero para permitir sua expansão e comportar a evolução do bebê. Porém, também age sobre o estômago, afrouxando a válvula que controla a entrada de alimentos no sistema digestivo. Com isso, o suco gástrico acaba subindo para a garganta, provocando a sensação de queimação e amargor na boca. 

Já o segundo motivo tem a ver com o desenvolvimento do bebê e o aumento do útero, que empurra para cima todos os órgãos da cavidade abdominal. Com essa compressão, a capacidade estomacal de manter os ácidos em seu interior é reduzida, favorecendo o refluxo gastroesofágico.

 

P: Quando se inicia e em que fase da gestação é mais comum sentir essa queimação? 

CM: Normalmente, a azia na gravidez aparece entre o segundo e o terceiro trimestre. Porém, algumas mulheres podem ter o problema já no início. Ou seja, no mesmo período de surgimento das primeiras náuseas e enjoos.

 

P: Ela permanece durante toda a gestação? 

CM: Esse é um sintoma que vai e volta ao longo de todo o processo. Só se resolve por completo após o nascimento do bebê.

 

Azia e o desenvolvimento gestacional

P: A saúde ou o desenvolvimento do bebê podem ser afetados por esse quadro?

CM: Não, a queimação não oferece riscos à criança. Mas pode ser um grande incômodo para a mamãe. Entretanto, se a azia impedir a alimentação adequada da gestante, causando a perda de peso, deve ser considerada um sinal de alerta. Nesse caso, converse com o seu médico.

 

P: É aconselhável tomar algum remédio para controlar a queimação?

CM: Todo e qualquer medicamento deve ser evitado durante a gravidez. E, claro, a gestante nunca deve se automedicar. Se a azia for muito forte, fale com seu obstetra! Somente ele poderá receitar algo seguro para sua saúde e do seu bebê. Porém, se você estiver tomando sulfato ferroso, o antiácido deve ser consumido em horário diferente. Dessa forma, evita-se o comprometimento da absorção de ferro.

 

P: Quais são as principais lendas sobre azia na gravidez?

CM: Ter muita queimação é sinal de que o bebê vai nascer cabeludo. Isso é mito. Só quem pode confirmar esse traço é a genética. O mal-estar no estômago acontece porque o útero aumenta de tamanho e faz pressão sobre esse órgão, causando refluxo. Sem esquecer, claro, o aumento da progesterona, que estimula a produção do ácido. 

 

Como lidar com o desconforto

P: É possível evitar a azia na gravidez?

CM: Nem sempre, já que o sintoma está relacionado aos hormônios típicos da gestação e ao crescimento inevitável da barriga. Contudo, boa parte dos episódios podem ser evitados com bons hábitos alimentares. Procure não comer frituras, comidas gordurosas e pesadas. Por demandar mais produção de suco gástrico para a digestão, acabam aumentando a queimação. Também é importante mastigar bem antes de engolir. 

Aliás, mascar chicletes estimula a salivação, que, por sua vez, ajuda a neutralizar os ácidos. Dê preferência às gomas sem açúcar para proteger os dentes, pois eles tendem a ficar mais sensíveis durante esse período.

É recomendado, também, que se reduza o intervalo entre uma refeição e outra, procurando ingerir porções menores de alimento em cada uma delas. Assim, você evita encher muito o estômago de uma única vez, produzindo menos suco gástrico e facilitando a digestão. Evite o consumo de bebidas enquanto come. Mas não esqueça de manter-se sempre bem hidratada. 

É muito comum que a azia na gravidez piore durante a noite. O corpo em posição horizontal facilita o retorno do suco gástrico. Portanto, deve-se evitar comer até três horas antes de se deitar. Quando for dormir, eleve o tronco. Isso contribui para reduzir o refluxo. A gestante pode usar almofadas para ajudá-la a manter uma postura mais verticalizada na cama ou utilizar um travesseiro antirrefluxo. Além disso, é importante deixar o abdômen sempre livre, sem compressões.  

Outra dica que é importante ressaltar às futuras mamães: não fume ou se exponha à fumaça. O cigarro pode provocar malformações graves no feto. O melhor é parar assim que planejar ou descobrir a gestação.

Um grande aliado das mamães é o Shiatsu, uma terapia japonesa que usa o toque para equilibrar as energias, promovendo a harmonia entre mente e corpo. Ele auxilia a digestão e o trânsito intestinal, reduzindo a azia na gravidez, enjoos e prisão de ventre. É importante ter um terapeuta especializado na técnica, pois algumas regiões não podem ser pressionadas nessa fase.

 

Quando a queimação pode ser algo mais

P: Quando é preciso procurar ajuda médica?

CM: Por si só, ela não traz riscos. No entanto, quando vem acompanhada de outros sintomas, o melhor é falar com o seu médico. Dessa forma, será possível descartar problemas mais preocupantes. Mesmo assim, é preciso estar atenta aos sinais de alerta.

Por exemplo, quando a azia na gravidez for muito intensa, pode ser sinal de uma gastrite, úlcera ou algum problema digestivo não relacionado à gestação. Outro fator preocupante é a dor abaixo das costelas, por se tratar de um indício de pré-eclâmpsia. A queimação sempre ocorre no estômago, podendo passar pelo peito até chegar à garganta. Porém, se o incômodo for no lado direito e no alto da barriga, pode indicar um problema no fígado que acomete as gestantes. Deve-se ficar alerta, especialmente, se vier com enjoo.

Este é um conteúdo produzido em parceria com a equipe médica da CM Martins. As respostas podem ter sido editadas para melhor clareza. Entre em contato com nossos atendentes e agende seu pré-natal.

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